Eu estava errada. E não é a primeira vez que erro, nem vai ser a última. Eu estava errada porque pensava que Itapoá não sairia às ruas, pensava que ficaríamos assistindo a tudo em casa, pela televisão.
Quando travalhava no Correio, eu atendia muitos comerciantes e pequenos empresários, e há anos escutava reclamações sobre a carga de impostos e a quase inviabilidade de se manter um pequeno negócio. Sempre concordei com estas reclamações. Às vezes as conversas se inflamavam e eu sempre tinha de interromper, porque afinal, eu estava atendendo e sempre tinha fila…
Mas, numa democracia, faz parte reclamar do governo.
E vinham as eleições e nada mudava.
E nesta semana que passou, na anterior, eu achei que Itapoá, onde há tantos comerciantes, pequenos empresários, estudantes e trabalhadores de baixíssima renda, eu pensei, não vai acontecer. Não é um grande centro…
Porém, como já escrevi anteriormente, agora sou professora da rede municipal, ouvi professores comentando que iriam, o Facebook começou a nos convidar e nossa reivindicação principal é o NÃO À PEC 37.
Chegou dezesseis horas (estava marcada concentração para as dezesseis e trinta na pista de skate, próxima à Prefeitura), e eu ainda estava em dúvida. Achava que talvez encontrasse umas dez, vinte pessoas.
Acabei indo.
E foi tão lindo: fomos até a Prefeitura, cantamos o hino, voltamos pela avenida Beira Mar e fomos indo pelo centro (não é o centro, mas é como se fosse) da cidade, até a Câmara de Vereadores, onde cantamos o hino novamente:
Quem estava lá? Os comerciantes, os estudantes, muitos trabalhadores, jovens de todos os tipos, muitas crianças, cachorros (Itapoá tem muitos!), todos pacíficos e alegres, todos unidos e bem educados. Mas gritamos e deixamos nosso recado.
Aos 49 anos, ainda tenho muito o que aprender. Vi alguns professores, mais do Estado que do Município. E isso não importa, pois quem não está lá, quer o mesmo que nós. Um movimento se faz com ideias. Para ganhar o que se quer, é preciso presença, é claro, mas mesmo o apoio distante fortalece qualquer massa. Eu só queria mais clareza, senti falta de outras reivindicações. Além do NÃO À PEC 37, também gritamos por melhorias na saúde e educação, mas eu queria atenção ao Estatuto do Nascituro, que ninguém menciona, eu queria falar da segurança e dos impostos, eu queria falar tantas coisas… Mas acho que podemos, ainda. É só não perder o foco e não deixar esmorecer o entusiasmo.
Talvez cem, cento e poucas pessoas, mas foi bonito de ver.
Dia 26 tem de novo. Quem quiser, pode me encontrar lá!
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